Sábado
cedo, o dia ainda nem clareou direito e já tem quem acorde sentindo aquele
alívio de finalmente poder desligar um pouco. Maria — pode ser qualquer pessoa,
na verdade — está cansada demais. Não é só o trabalho puxado da semana, são as
mil coisas que faz para a família e aquela promessa de cuidar melhor da saúde,
que vive ficando pra depois.
Uma
rotina de dar nó na cabeça
A
semana começa daquele jeito: despertador toca antes do sol, correria pra dar
conta de tudo, reuniões, prazos, papelada. Maria, como muita gente, tenta remar
nesse mar agitado sem deixar nada cair. O corpo pede trégua, mas a cabeça
insiste. Vai um café, depois outro, e mais um para segurar o pique. No almoço,
ela lembra das metas de saúde: tenta trocar o doce por uma fruta, vai andando
ao invés de pegar o carro e toma mais água. Pequenas vitórias, mas que animam.
No
fim do expediente, nada de descanso. É hora do segundo turno: cuidar da casa,
ajudar a criançada na lição, fazer jantar, escutar quem precisa. E quando pensa
que acabou, lembra da pilha de roupas para lavar, das contas pra organizar.
Quando
o cansaço não é só físico
Chega
uma hora que o cansaço pega firme. Não é só no corpo, mas na cabeça e no
coração também. A coluna reclama, os olhos ficam pesados, a paciência diminui.
Maria até lembra do médico dizendo pra pegar leve, dormir melhor, não exagerar.
Mas como desacelerar quando parece que tudo depende dela?
Mesmo
assim, ela tenta achar uns minutinhos para si: senta no sofá em silêncio,
respira fundo, toma um banho mais demorado. Não resolve tudo, mas ajuda a
seguir.
Se
cuidar também é importante
Com
o tempo, Maria vai percebendo que cuidar de si não é egoísmo, mas
sobrevivência. Tira uma horinha no sábado pra caminhar no parque, ouvir o
barulho dos passarinhos, sentir o vento no rosto. Ali, o corpo agradece e a
cabeça desacelera. Tenta fazer yoga, experimentar receitas leves, pede dicas
pras amigas. Vai juntando pequenas conquistas e vendo que, aos poucos, dá pra
equilibrar o jogo.
A
força que vem da família
Mesmo
cansada, o que não falta em Maria é vontade de estar junto da família. Na mesa
do café, no abraço dos filhos, na conversa fiada, ela encontra energia pra
continuar. No fim de semana, junta todo mundo pra um café da manhã caprichado,
conversa sobre sonhos, escuta e é escutada. Nessas horas, percebe que descansar
não é só dormir: é rir, dividir histórias, se sentir acolhida.
Descansar
também é resistência
Hoje,
descansar virou quase um ato de coragem. Maria aprende a dizer “não” quando
precisa, a pedir ajuda, a não tentar dar conta de tudo sozinha. Descobre que o
mundo não desaba se ela tirar um tempo pra si — pelo contrário, tudo melhora.
Troca o celular por um livro, escuta uma música, fica em silêncio um pouco.
Descobre que, sem pausa, nada vai para frente — nem a saúde, nem a alegria.
Pra
terminar
A
semana acaba, mas a lição fica: todo mundo precisa de descanso. Cuidar da saúde
e estar com a família é o que fortalece. Os desafios não somem, mas, com um
pouco de pausa, eles ficam mais leves. E, no fim, somos todos um pouco Maria:
gente que trabalha, se dedica, se cansa, mas que aprende — com o tempo — a se
permitir descansar de verdade.
Alcenir
Borges Sousa Junior
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